Título: Do Brasil à Suíça? A superação de uma mulher migrante
Autoria: Samaritana Pasquier
Ano: 2024
ISBN: 978-65-981227-7-5
Categoria: Narrativas pessoais
Edição: Letras do Sertão
16 x 23 cm. 136 páginas.
Sobre o livro:
De uma pequena ilha no nordeste do Brasil, que nem sempre os brasileiros localizam, para uma comuna desconhecida em Friburgo, que desde então se uniu a outra de nome ambíguo. O percurso de vida de Samaritana começa na insignificância e continua numa caminhada repleta de obstáculos através das dificuldades, do luto e das feridas da vida. Quando a pobreza se junta a um ambiente desestruturado e a constantes dramas, o sol do sertão deixa de iluminar, bem ao contrário, ele queima, seca e racha, sem retirar os lamaçais das margens de rios turbulentos. No entanto, é em cenários trágicos como esses que surgem as pessoas mais generosas. Samaritana é uma delas: dotada de uma resiliência indomável e de uma força de caráter, aliada a uma inteligência sagaz, ela soube construir um caminho entre as armadilhas da vida e se desvencilhar de sua ingrata condição de início.
Tendo chegado à Suíça pela graça de encontros, adaptada e integrada pelo despertar para o outro, seduzida e "helvetizada" por voluntarismo, Samaritana Pasquier nunca perdeu a riqueza de suas raízes culturais. Afinal, brasileira ou suíça? O que ela própria não sabe definir no seu íntimo, como poderíamos fazê-lo do exterior? Entretanto, com seu olhar atento, observadora de si e dos outros, Samaritana nos diz que ela é e sempre será, aos olhos de seu novo mundo, uma migrante. Enquanto, na verdade, ela é sobretudo uma força de luz e de humanidade, uma canção para a alteridade. Assim como as árvores mais fortes espalham suas raízes, Samaritana extrai vigor e calor das duas faces de sua origem.
Nós nos encontramos há muito tempo em Paris, em torno da grande mesa redonda na embaixada, onde eu - no exercício da minha função – morava. Comovido, lembro-me de sua própria emoção quando, sem avisar, comecei a falar-lhe em português carioca, que também é um dos meus idiomas, neto que sou de um embaixador brasileiro. A vida e seu percursos... Adversidades diversas, esperanças, inspirações e partidas, nostalgias reencontro do equilíbrio. Além da riqueza interior, que surge da abertura de espírito, da aceitação das pessoas como elas são, da familiaridade com a diferença e da paixão por outros lugares. Esse encontro ocorreu em meio às nossas respectivas dualidades, eu que choro pelo Brasil da minha infância, e ela, levando-o consigo pelas névoas de Friburgo.
Este livro, este relato de vida marcado por toques vívidos, anedotas comoventes e imagens cinéticas, deve ser lido com uma mente ávida, como La Prose du Transibérien, de Blaise Cendrars, nativo de Neuchâtel, compatriota das minhas outras origens. Splash Art criada ao som ritmico do Candomblé, a obra habita o leitor e coloca a autora não mais nos recantos de aldeias desconhecidas, mas no âmago das correntes internacionais, que enriquecem o mundo através da conexão mútua de corações e mentes.
Obrigado, Samaritana!
Jean-Jacques Pierre Argeu de Dardel
Embaixador da Suíça e.r.
(Texto de contracapa do livro)
Do Brasil à Suíça? A superação de uma mulher migrante
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